Desapegue e seja mais leve

Muito se fala por aí em desapego e em soltar as mágoas e demais sentimentos negativos. Quem consegue viver de forma plena arrastando um caminhão de lembranças e sentimentos ruins? Isso é tóxico ao corpo e, principalmente, à mente, fazendo com que nossos dias sejam pesados e cheios de sensações como tristeza, mágoa, ressentimento e raiva.

Soltar o passado, livrando-se do mal que lhe foi feito é excelente, um dever que temos de praticar diariamente. Mas, já pensou que também poderíamos, de repente, soltar aquilo que é bom? Sim, isso mesmo. O que é bom! A lembrança de como a vida era prazerosa quando você era mais jovem. A saudade que sempre bate da época em que seus filhos eram crianças. A nostalgia de quando você trabalhava naquele lugar incrível.

As boas coisas que nos acontecem também nos deixam marcas profundas e isso é ótimo. Entretanto, elas criam padrões internos do que é considerado bom. É como se nossa mente entendesse assim: aconteceu tal coisa, desse jeito, meu coração aceitou como positivo e meu corpo deu sinais físicos de deleite, logo esse é o modelo de trabalho que me traz satisfação, por exemplo. Constantemente nosso cérebro comete esses equívocos.

E aí ficamos presos a sensações, memórias ou modelos afetivos daquilo que um dia foi bom e não abrimos espaço para o novo, que também pode ser muito surpreendente. Não é porque trabalhar em um escritório, em determinada fase de sua vida, foi legal, que desempenhar uma função em casa ou em outro ambiente, que não o escritório, não vá ser igualmente bom.

É preciso treinar a mente para não cair nessa cilada, repensando e analisando o padrão mental que foi criado por nós mesmos. Viver o presente momento com intensidade é uma boa prática, pois assim estaremos satisfeitos com ele, soltando logo em seguida o apego a ele. Assim, o instante que virá poderá ser experimentado em sua plenitude e sem os vícios do passado. Você consegue? A tarefa não é fácil, mas basta querer e se esforçar um tanto. Boa sorte?