Exposição na medida

Muito fácil descobrir quando a pessoa, que até poucos dias proclamava juras de amor para o namorado, terminou o relacionamento. Não que vocês tenham se encontrado ou ela tenha te ligado pra contar ou, então, um conhecido de ambos lhe falou da novidade. Quem anunciou, mesmo que a garota não tenha escrito com todas as letras, foi aquele tal de Facebook, que agora já é tão popular, que anda comum nos cartórios, com alguns bebês sendo batizados com este nome.

Que todos nós temos uma forte tendência a falar, compartilhar, dividir, trocar, desabafar, isso não é novidade. Somos seres sociais! Faz parte de nossa natureza e isso é muito positivo, mesmo por que quando falamos trazemos as questões do mundo emocional para a consciência, por meio da linguagem. É uma forma de organizar os pensamentos e as sensações. Dando seguimento, linha reta e ordem na bagunça mental, parece que as coisas vão entrando nos eixos e fazendo algum sentido.

Portanto, expressar-se é bom, mas quando feito com as pessoas certas, aquelas mais próximas, em quem confiamos. O problema está quando falamos demais e nos expomos  a quem não sabemos ao certo o que sentirá com nossas vitórias ou derrotas. Sobretudo em tempos de redes sociais, o over sharing pode ser um problema. Muitos questionam: “mas, como pode ser um problema se eu nem tenho contato com essas pessoas do meu Facebook? O que elas poderiam fazer de mal para mim, por saberem de minha vida?”.

De fato, pode ser que algo ruim de concreto não seja feito e que as chateações não sejam num nível mais elevado e direto. Mas, talvez na esfera das energias elas possam nos afetar, sim. Isso por que o outro pode emanar, até sem querer, vibrações de baixa frequência que chegam de forma negativa a nós. Sabe aquela nuvenzinha cinza e carregada que a gente vê sobre a cabeça de determinadas pessoas? Pois então, tem gente que não suporta nossas vitórias e outras que ficam confabulando sobre nossos tombos.

Seja na hora boa ou na ruim, tenha cuidado, cautela e parcimônia. Todo cuidado é pouco. Pode ser muito desgastante lidar com os sentimentos desafiadores do fim de um relacionamento e ainda ter que dar conta da falação, do julgamento e do questionamento alheio, não é mesmo? Fechar a boca (ou o dedo, no caso das redes sociais) e aquietar-se, nos momentos alegres e tristes, pode te livrar de muito baixo-astral. Afinal, o melhor sempre é evitar encrenca desnecessária. O que lhe parece?