Perseguição no trabalho: Entenda o que é e saiba lidar com o problema

Também conhecida como assédio moral, a perseguição no trabalho pode acontecer por meio de uma “brincadeira” e parecer inofensiva, ou ser mais agressiva e explícita. Em alguns casos, isso ocorre de forma tão sutil que leva tempo para a pessoa perceber o que está acontecendo. Podendo ser prejudicial para a empresa e para a vítima, é importante conhecer os sinais mais comuns e quais são os seus direitos. Uma vez ignorada, a perseguição no trabalho pode desencadear problemas psicológicos e físicos.

Geralmente, os casos acontecem a partir da má conduta de um colega de trabalho ou de alguém de cargo hierárquico acima, mas também existem relatos de subordinados em relação ao seu superior.

Os atos de perseguição no trabalho consistem em expor alguém, repetidamente, a situações que promovam agressão verbal (na maioria dos casos), ameaças, intimidação, humilhação, provocações, privação, exclusão, críticas sem fundamentos. Diante disso, o estresse emocional é tão grande que a pessoa pode ficar doente e desenvolver quadros graves de depressão, ansiedade, baixa autoestima, alta de confiança em si, doenças físicas sem causa aparente, e assim por diante. Há casos em que a vítima abre mão de lutar por si e por seus direitos e busca por uma nova oportunidade de emprego, ou simplesmente pede demissão sem algo em vista.

As consequências deste tipo de comportamento podem ser bastante sérias, tanto para o colaborador, quanto para a empresa. Um funcionário obrigado a lidar com estas situações perde a motivação no trabalho e, consequentemente, diminui a produtividade e reduz o lucro da empresa indiretamente. Se ele decide lutar por seus direitos, além da legislação específica de cada estado, o Código Penal no âmbito federal (lei n° 4.742, de 2001) estabelece que assédio moral é crime. A pena pode variar entre indenização (de R$ 10 mil a R$ 30 mil) e detenção de até dois anos.

Conheça os sinais de perseguição no trabalho

Como mencionamos anteriormente, a perseguição no trabalho pode começar de forma branda e se intensificar ao longo do tempo, por isso nem sempre a pessoa compreende que a situação a qual é submetida é errada e passível de penalidade. É por isso que alguns comportamentos podem te ajudar a identificar esse tipo de problema:

1. Comentários ofensivos
   O agressor faz críticas sobre aspectos que não interferem na qualidade do seu trabalho, mas desperta essa impressão. Por exemplo: você chegar 5 minutos atrasado, ou desenvolver determinada atividade de uma maneira diferente da dele (que leva ao mesmo resultado). A crítica é feita somente com o intuito de te constranger.
2. Críticas infundadas
   Toda crítica deve ser bem-vinda para o aprendizado e evolução profissional. Quando essas sinalizações vêm sem embasamento, elas perdem o seu valor e passam a ter o objetivo de humilhar. Por exemplo, para apontar melhorias, o seu chefe deveria te apresentar relatórios com falhas de execução e números. Em vez disso, aproxima-se apenas dizendo que você não é bom e nunca traz bons resultados para a empresa. Como você poderá se aprimorar se não tiver conhecimento sobre o que é preciso mudar? Se ele estivesse realmente preocupado com o seu desenvolvimento, ele te daria esse direcionamento, concorda? Por isso, fique atento a esse tipo de crítica.
3. Isolamento
   Aqui, o objetivo do perseguidor é te desestabilizar. Para impedir que os seus superiores te notem, ele te demanda atividades mais burocráticas e operacionais que não exigem responsabilidade.
4. Busca de aliados
   Para se sentir mais seguro, também pode acontecer de o perseguidor buscar colegas para apoiarem suas opiniões e ações. Inclusive, pode se apoderar de falsas informações para prejudicar o alvo de forma mais efetiva.

Sou alvo de perseguição no trabalho. O que fazer?

Você notou que enfrenta as situações listadas acima? Então, respire fundo e mantenha a calma.

O primeiro passo para tentar resolver as questões de perseguição no trabalho é tentar conversar com o causador do problema. De forma tranquila e amigável, exponha a sua percepção e o que tem sentido em relação à experiência vivida. Se ele for receptivo, mostre que o intuito da sua abordagem é apenas esclarecer as coisas para ambos continuarem a desempenhar suas funções em um ambiente saudável de trabalho. Se ele reagir de forma agressiva e fechada, não insista. Acione o RH da empresa, discorra sobre a situação e aguarde a melhora. Se mesmo assim não surtir resultados, é hora de avaliar a possibilidade de um processo.

Sabemos que reagir à perseguição no trabalho não é tarefa fácil, mas temos à nossa disposição as ferramentas da inteligência emocional. Não sofra, venha entender o que você pode fazer e como tomar as rédeas dessa situação.

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