Quando tudo pede um pouco mais de calma

A letra da música do Lenine retrata uma grande verdade: a de que nosso corpo, às vezes, pede calma. E em vários momentos ignoramos este pedido e continuamos na roda maluca da falta de tempo, da correria, do sedentarismo e do excesso de trabalho. Até que uma hora dá uma pane geral, forçando-nos a parar.

Pode ser que apareça uma gripe, talvez uma virose nos pegue de surpresa, ou uma conjuntivite severa na véspera de uma reunião importante no trabalho. O corpo humano é muito sábio e encontra meios de parar antes do colapso geral. Quando os níveis de substâncias estressantes na corrente sanguínea estão altos demais, a máquina dá um jeito de liberar por meio de uma doença. Assim, somos obrigados a desacelerar, a repousar, a prestar atenção ao nosso alimento, comendo melhor ou, então, menos.

Mas, por que não aprendemos a respirar, a parar, a se acalmar, a contemplar ao invés de realizar? Parece que vamos sempre até os níveis máximos, sem respeitar que temos limites e que precisamos zelar pelo funcionamento de nosso corpo e mente. O que esperamos conseguir com essa enxurrada de ansiedade, alta velocidade, competitividade e estresse?

Tudo na natureza tem o ritmo de produção e de espera. Conosco não poderia ser diferente. Também temos a fase de agir e de repousar. É natural de todo ser vivo se movimentar e manter-se estático. Faz parte da natureza como um todo. Nós, ainda mais precisamos dos breaks, porque somos racionais e temos uma mente comandando toda a parte física.

Há muitas formas de dar o descanso necessário ao nosso funcionamento: algum exercício físico, a meditação, uma soneca, assistir a um bom programa ou filme, conversar com algum amigo, praticar uma atividade artística, entre outros. É preciso encaixar no dia a dia um desses momentos e cuidar do que temos de mais precioso, nosso bem-estar físico e emocional.